"Nós nunca fomos importantes na maioria das história"

Imagem: Marilita Calgaro Scapinelo/ Vida no Campo 
Com o objetivo de responder as perguntas das pessoas que não encontraram uma resposta arrumada e doutrinária sobre as situações reais dentro da bíblia sobre as mulheres, a Paróquia Sagrado Coração de Jesus promoveu em comemoração ao dia Internacional da Mulher palestra com a teóloga católica, da ordem das irmãs de Nossa Senhora - Cônegas de Santo Agostinho, Ivone Gebara.

A teóloga iniciou seu bate papo com catequistas, estudantes, ministras e mulheres da comunidade católica da na noite de 8 de março, questionando quais seriam suas principais duvidas sobre o tema: "Mulheres na Bíblia; Mulheres que mudaram a história e não se fala delas”. Atendendo ao pedido de Ivone diversas perguntas surgiram, entre elas: Quem foi Maria Madalena? Virgem Maria continuou Virgem? Dizem que Eva não foi a primeira mulher de Adão?

Com um conhecimento memorável, Ivone citou exemplos de trechos bíblicos de da presença das mulheres na Bíblia. Conforme Ela, os escritores, marcados pela cultura do “ser masculino”, as omitiam. Citou exemplos de mulheres que atualmente despontam na história por suas participações marcantes e feitos até então desconhecidos como Joana D’Arc heroína francesa que lutou na guerra e comandou tropas, mas que não entrou na história da 2ª Guerra Mundial.

Da Bíblia citou: Susana, Sara, Agar, Litith, esta a primeira mulher de Adão, insubmissa a Deus e a Adão. " Portanto nós estamos presentes na Biblia, mas não nos deram a importância que nos cabiam".

Ivone foi enfática em dizer que a construção da história bíblica é um mito, de construção de conhecimento humano, ou seja, que antecede o conhecimento cientifico. “O nascimento de Jesus foi escrito 70 anos depois e foi baseado na construção e na mitologia dos Deuses Romanos. Mas o que nós, cristãos, devemos absorver disso: devemos nos apegar a mensagem e não no conteúdo do Evangelho.”

Partindo para responder a questão sobre Maria Madalena, Ivone afirmou que foram encontrados, na década de 50, documentos que atestam a existência do Evangelho segundo Maria Madalena. “Dizem os historiadores que ela presidia uma comunidade, mas não sabem afirmar.”

Sobre a construção da imagem da Virgem Maria, a teóloga afirma: “a palavra virgem significa aquele que não sede aos ídolos, é integra, ética e fiel. Maria foi à sua integridade fiel ao seu filho Jesus, que nasce ao partir o pão.”

Questionada sobre o rumo da Igreja Católica, Ivone foi enfática: “Estamos num mundo de muitas mutações e o mito não conquista mais, o método usado por algumas paróquias na catequização não funciona mais, precisamos mudar a forma de contar essa história.”

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